quinta-feira, 8 de abril de 2010

TROVADORISMO PORTUGUÊS

É a primeira manifetação literária da língua portuguesa. Ele surgiu na época em que Portugal começou a aparecer como país independente, no século XII. Se manifestou na Occitânia, e logo por quase toda a Europa.

Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam,e cantigas são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que indicava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador).

Baseada na maioria das cantigas dos cancioneiros, podemos classificá-las de seguinte formas:

Gênero Lírico

Cantigas de amor - O cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O poeta se põe a serviço de sua amada, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível.

Cantigas de amigo - São cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.

Gênero Satírico

Cantiga de escárnio - Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco", para que o destinatário não seja reconhecido. O poeta sugere uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante sarcástica.

Exemplo de Cantiga de escárnio: Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia! (...)


Cantiga de maldizer - Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.

Exemplo de cantiga Joan Garcia de Guilhade:
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!
Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!"

Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a sátira é indireta e não cita-se o nome da pessoa. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a ela. Joan Garcia de tanto ouvi-lá dizer, teria produzido a cantiga.



Mayson David, literatura I / A-51

Trovadorismo Português


TROVADORISMO PORTUGUÊS


Trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Ocorreu no século XII, quando Portugal começava a se encaminhar para a independência. Se originou na Occitânia, de onde se espalhou por quase toda a Europa.
Classificação das cantigas
Baseada na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, pode-se classificar da seguinte forma:
Gênero Lírico:
Cantigas de amor- Quando o cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante, ou seja um ser perfeito e intocável.
Cantigas de amigos- Nela o eu-lírico é uma mulher, embora o autor seja um homem (isso é devido à sociedade feudal e o restrito acesso aos conhecimentos da época), e declara seu amor pelo amigo(namorado).
Gênero Satírico:
Cantigas de escárnio- O eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa, de forma indireta, cheia de ambiguidades e trocadilhos.
Cantigas de maldizer- Ao contrário de cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer faz uma sátira direta e sem duplos sentidos. Tem como principal característica ofender e agredir verbalmente uma determinada pessoa.
Trovadores que se destacaram na lírica galego-portuguesa:
-Paio Soares de Taveirós
-Afonso Sanches
-Aires Corpancho
-Aires Nunes
-Bernardo Bonaval
-Dom Dinis I de Portugal, entre outros.
Algumas Obras do Trovadorismo Português:
Paio Soares de Taveirós-
Cantiga da Ribeirinha

Luiz Fabrício Madrid, literatura I / A-51